Para algumas mães,
a hora de comer pode ser um tormento. Choro, birra e recusas de tudo
que oferece para a criança. A grande maioria não sabe o motivo das
negativas dos pequenos e, muito menos, como agir quando isso acontece.
“Muitas crianças passam por um apetite seletivo, natural
para cada faixa etária. O período mais crítico é entre um e quatro
anos”, explica a médica Márcia Léon, do Centro de Gastropediatria de
Brasília. “Algumas crianças apresentam paladares muito específicos, como
é o caso das que preferem o sabor adocicado ao salgado. A seletividade
do cardápio vai depender muito da característica individual de cada
criança e de como a família se porta perante essa experiência”.
E então, é preciso insistir para o filho comer ou aceitar essa condição? Segundo a especialista,
é preciso respeitar a individualidade da criança, mas não deixá-la
comandar o ritmo alimentar. “Devemos sempre insistir, pois na maioria
das vezes, ela rejeita pelo simples fato de não querer experimentar o
novo sabor e textura da comida. Insistir mostrando o beneficio da
alimentação, e principalmente, sem brigas e ameaças. A refeição deve ser
prazerosa e não uma fonte de estresse domiciliar”, orienta.
A dica para que a criança não coma só o que quer,
é oferecer quantas vezes e de quantas formas for preciso. Ou seja,
servir o mesmo alimento preparado de maneira diferente pode ser uma
opção. Também ajuda oferecer essa comida acompanhada de mantimentos que a
criança goste. Outra dica: esperar a fome chegar.
“Temos o costume de oferecer pequenas quantidades de comida,
principalmente as que a criança gosta, de pouco em pouco, nos intervalos
das refeições principais. Desta forma, a taxa glicêmica sempre estará
alta e a fome não chega. Os pequenos têm enormes reservas de glicogênio,
portanto, não terá hipoglicemia facilmente se ficar algumas horas sem
se alimentar (podem ficar geralmente de 4 a 5 horas sem comer)”.
Crianças criadas sob um ‘regime terrorista’, onde são obrigadas a
comer mesmo sem vontade, crescem inseguras e podem ter traumas, como o
desenvolvimento futuro da compulsão alimentar, além de associar sempre a
figura daquela pessoa que a forçava a comer ao medo que sentiam.
“Criança segura provém de pais seguros. Elas precisam perceber que
seus pais querem o melhor para elas, e o exemplo dos responsáveis em
conduzir suas vidas é o norte para um desenvolvimento feliz dos
pequenos. Isso vale para tudo, inclusive para a alimentação”, finaliza a
Dra. Márcia Léon.
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